sábado, 16 de outubro de 2010

Amor silencioso!

Amor silencioso!

No amor, silencioso,
O desejo cresce e floresce,
Aveludado, trigueiro, rosado;
… Amado!

Construo o arco-íris em meu peito.
Na mente, esguio, o olhar…
Aqueço e desbravo em meu leito
O silêncio, enlouquecido, ao luar

Só por amor…
Eu deixo que me faças tua!..
Carente, envolvente.
Nos braços de ternura,
Bailam estrelas, rutilantes
De aromas, silvestres de desejos
Amadurecidos em teus lábios…
Sedentos, por beijar.
E mordo o desejo,
E devoro o beijo;
Que tens para me dar

inédito, 16/10/2010
Amélia F.

No amor eu sou!

No amor eu sou!

No amor, eu sou,
Um braçado de flores,
Uma rosa aveludada,
Uma pétala desfolhada,
Um favo de mel sem abelhas,
Um arco-íris contente,
Riscando o céu, intermitente,
Em lábios de amoras silvestres.

Por amor, eu sou
Como o céu estrelado,
O sol beijando o mar,
Um oceano de ternura,
Montanhas de ilusões,
Sorrisos, suspiros, paixões…

Areia movediça
Desfeita em pó…

Cinza, rocha, água, luz
Orvalhadas de cristal
Calor, neve infernal!

Para o meu amor, eu sou
Como jardim em Primavera.
Preencho de sorrisos meu regaço,
Pinto da cor do vento meus sentidos,
Desfolho pensamentos ao luar,
Distribuo, aromas, de quimera.

inédito, 16/10/2010
Amélia

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Doce amante

Doce amante

Porque me fazes sentir saudades do incerto?
Da vida que não me pertence?

Caminho vazia, deserta,
No futuro busco uma luz
Que acenda a chama ardente

Interdita, mas que queima
De paixão!


Algemas, destruo, suavemente…
Na luz intermitente, clandestina,
Fascínio, feitiço, maldição
Amor, amante, menina.

Eternamente, vazia de ti,
Desperto da agonia!
Em teus braços, opacos, ressuscito
Submetes-me à lei do retorno;
Covardia…

Um fogo imaterial cresce em mim
Consome e despe a vida em que acredito;
Em delírio constante me faz sentir!

Desassossegadamente
Ardo no fogo da tua luz!
E meu coração, em sinfonia
Entrega-se ao desejo imaterial
...
Do amor pleno, universal!

inédito outubro de 2010
amélia f.

Em meu leito

Em meu leito

Eu quero amar amando,
Em lençóis de fino linho,
Em cambraias reluzentes…

E, no fim, ouvir, fremente,
O doce toque dos sinos…

As palavras que omitimos,
Em noite de lua cheia
Nas estrelas ocultamos…

Densas manhãs
Desbravamos
Em avelãs de ternura…

Em meu leito, torturada
Por beijos de ansiedade,
Em lençóis brancos de linho
Eu despia a virgindade!

inédito, outubro de 2010
amelia fernandes

E dizes

E dizes

O mundo era nosso!
E o céu…
A montanha é oração,
E mar profundo, o teu pranto,
E meu corpo… tuas mãos…

Docemente desfolhada
Nas entranhas do meu ser,
Que bom eu sentir-me amada,
Em teu corpo a renascer,
Colorida de andorinhas
Esvoaçando em Primavera,
No infinito a alcançar
O florido das quimeras!

Amélia Fernandes
inédito Outubro de 2010