quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Hoje o dia foi muito longo....

Hoje o dia foi muito longo...

Tentei fazer várias coisas, mas não fiz nada.
Tentei escrever poesia.
Mas, as palavras que encontrei, eram rudes, selvagens, e frias, muito muito frias!
Não consegui encontrar o doce da manhã que sorri!
Nem tão pouco, as gotas de ovalho matinal se dispuseram a enfeitar meu olhar que vagueava errante...

Estava tudo tão distante de mim... ! Ou seria eu que estava distante de tudo?!

Não sei!...
Todo o dia me senti ausente: longe...............
Ausente de mim, de ti, do ar que respiro
Da brisa que passa e me deixa sem graça.

Senti-me ausente do chão que piso
Ausente do pensamento, distante do teu olhar
Desse olhar que buscava no murmurar dos ventos,
No canto dos pássaros,
Na folha de tília que, desprendida, partia em busca de um novo horizonte.
Deixei-me guiar por ela, e dei comigo à janela contando as estrelas,
Enquanto o prateado da lua abrilhantava meus cabelos trigueiros.

Era quase madrugada! Estava cansada...!
Deitei, e sonhei que tinha feito de tudo;
Embora não tivessse feito nada

Hoje estou cansada, sem inspiração!
Vou dormir! dói-me o coração...

Amélia.
27/08/2000

Experiência

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terça-feira, 26 de agosto de 2008

O Sol!

Hoje o sol brilha com mais intensidade...!

Dá a sensação de que penetra na alma da gente...
E aquece, enlouquece, transparece
E como se nada mais existisse na Terra,
Ele; o sol, apodera-se do espaço envolvente e fá-lo seu:

- Apenas seu!

Com suas asas coloridas abraça o infinito...
E! Meu Deus! O que é isto?

Um mundo de cor e luz que rodeia a todos nós!
Um mundo de amor, feito de algodão doce...

Tão leve e suave...
Belo e denso, como meu pensamento
Brilhante como a luz do teu sorriso

Acho que estou no paraíso...!!!

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Construam...!!!

Construam...!!!

Construam o amor imaginado, para que deixe de ser imaginação e o possamos sentir parte de nós; a vibrar no coração...

Construam palavras feitas de aromas e beijos trocados, largados, invadidos por sentimentos agrestes, desfolhados na madrugada da tua voz, na aridez do teu olhar, no perfume da tua cor...!

Construam!

Construam palavras e mais palavras! Mas, nunca se esqueçam, de que, é com essas palavras, que pintamos , riscamos, traçamos o destino de imagens que colhemos sem querer.

E, ainda, sem querer, é com essas mesmas palavras, que por vezes magoamos, fazemos sofrer a quem amamos!!!

Contudo!

Aconteça o que acontecer: Nunca, mas nunca, deixes de construir as tuas palavras, as palavras, com que aprendes a crescer!!!

As palavras, que te permitem evidenciar com delicadeza a contemplação do teu olhar!

E, nada melhor, que contemplar a Natureza! Contemplar uma flor!

E, através dessa contemplação, aprendermos adquirir a simplicidade, transmitir beleza, paz, serenidade em nosso redor.

Nunca deixem de construir palavradas, essas palavras feitas em pétalas de flores...

Amélia

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Uma Palavra!

Uma Palavra!


Uma palavra!

Apenas uma palavra, para que eu te possa adivinhar, descobrir, entender,

Sentir-te a renascer e fazer-te amar!

Apenas uma palavra!!!

Uma palavra mágica, que desvenda o deserto, canta madrugadas por sentir, tojos de aromas silvestres, na avelã dos madrigais a florir!

Uma palavra...!

Com a qual afagas o rosto que desolha sentimentos, e partilha sensações

em cada gesto no olhar!

Uma palavra!!! Essa palavra que só tu sabes sentir, só tu sabes escutar!

No balbuciar de ondas, acordas madrugadas desérticas, mirradas de tanto sentir palavras

e mais palavras sem sentido ...

É como se um labirinto nos cercasse e nos induzisse à tentação do desespero baldio, onde tempestades de calmaria esperam serenamente um corpo que se deixe seduzir...!

Palavra! Apenas uma palavra!...

Só precisas de uma palavra, para com ela desenhar o sorriso com que enfeitas corpos nus,

sedentos de desejos...Pintar as curvilíneas, com ternura e beijos! Basta que saibas pronunciar essa palavra, e com ela, comandarás corpos sedentos de anseios.

Uma palavra!...

Aquela palavra que te segreda ao ouvido um gesto onde vais mergulhar...!

A palavra: “AMOR” “AMAR”!!!...

Meu

Meu

flores de fruta...

enfeitavam o néctar de nossos dias

as mãos que afagam

a esperança de um pensamento

em teu pensar...!

que parte ao encontro dos teus sentidos

haja carinhos de amoras... silvestres...!

a preencher o regaço

com que enfeitas os caminhos

por onde passo...!

cores, perfumes, sons,

cantar de sereia dormente

balbucio teu nome sem querer

esse nome que invento

mas que não adivinho

não sei...!

mas que sinto em meu ser!

a brisa que aguardo no silêncio

em que escuto tua voz de embalar

teu sorriso que pinta meu corpo

de violetas brincando

como se fossem crianças

em busca de crescer

para poderem amar...!

Delírios ausentes !!!

Delírios ausentes !!!

O que peço á vida

é somente o teu carinho,

a razão em tua mão, num apelo forte e poderoso

em teus olhos que brilham leio a doçura

e confio-me a este grande mar de lágrimas

que desvendo com ternura

e que me desnuda descobrindo o amor

em seu mistério findo

o sabor dos frutos colhidos em tua mente

que num instante, alvo percorro

doces angústias, carícias e medos

e falsos juramentos, volvem-me o nascer

como uma orquídea bela e pura


e não sendo suficiente um oceano,

entre nós para nos separar

num gemido percorro o gesto carente

onde me negas, recusas o silêncio

que persigo com o olhar

haverá quem não ame tão intensamente!

e quem não queira amar-te, sensivelmente!

não desperdices o amor...!!!

se descobres o aflorar

com a naturalidade de um sorriso

esse sorriso que me desperta,

destrói com fúria de tormenta,

essa dor que quero abraçar

deixa-me mostrar-te todo o meu universo

meus secretos desejos e promessas

e todo o meu ser será teu!


tua pele em minha pele desnuda

tua mão tenebrosa, junto à minha

lábios que movem o mesmo sentir

e pronunciam em gestos ondulantes

a palavra; Amor!!!


In, Flores para Ti (2008)




Meus versos!

Partem meus versos no astro rasgado

Risco horizontes que acenam anseios

Alma gigante aponta universos

Rompo estradas e saio cantando

Busco a seara do tempo em teus beijos!

Dispo o sol que abraça ceifeiras

De incertas maresias clandestinas

Degredos, segredos despidos na eira

Por mãos calejadas, madrugadas, sozinhas,

Sentimentos, destroços, espinhos amargos

Teu sono acalento com o meu olhar

Triste saudade, doce lamento

Tormento de dor por não te tocar...

Pensamentos floridos cobrem meu corpo

Dispo a vontade e vou devorar

Teu sorriso parido, no cais de um porto

Onde já morta vou ressuscitar!

Castelos


Castelos

Não tenho castelos, nem sou princesa

Habito no deserto de mim mesma

Sozinha desvendo incerteza

Deusa encantada, montanha escalada

Mar imenso de fraqueza

Transporto angustiada

No regaço à tua mesa

A certeza enfeitada

Simples poema,

Que a noite embeleza

Escuto a brisa do teu pensamento

Agonizante disfarço, tristeza e dor

Suspiros enfeitam meus braços

Braços que clamam pelo teu amor

O tempo que passa, o vejo passando

Velo teu sono, sem querer velando...

Em meus sonhos abraço o pássaro cantando

Mãos erguidas rasgam fermentos chorando

Crescem crispadas, sangrando

Tecem loucuras no tear da vida

Gemem suspiros no peito cantando

Desejo cravado, vontade chorada

Em seios sedentos de alma florida.

In, Flores para Ti, (2008)

Silencioso é o luar

Silencioso é o luar!

Vens, sorrateiramente, rastejando

no orvalho de papoilas a cantar;

sussurrando baixinho

alma densa de candura…

Pétalas em meu ventre,

para te acarinhar...

Giestas cobrem meu leito,

o orvalho canta madrugadas

clandestinas…

Dispo meu corpo ao relento...

Evaporam-se os sentidos…

E quando faço amor contigo,

há música, há sinos a tocar!

Harpas e Violinos!...

Dedos que deslizam com suavidade,

que buscam em meu ser a saudade

de te sentir peregrino

dentro do meu caminhar!

Amélia F. In, Flores Para ti(2008)

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Saudade!

Saudade!


O sonho findou! As palavras morrem antes de nascer!

O pensamento... esse, nem chega a existir, não tem razão de ser! Se não lhe posso dar vida... para quê? Para quê deixar que respire a aridez da saudade?!

Deixar que mergulhe, em ondas de um passado, que terminou antes de existir?

Se não entendes o coração que flutua em mãos que acarinham! Deambula em busca de um sorriso, de um oásis, de um afago sem sentido! Para quê, continuar a palmilhar este chão, onde a terra sangra cada vez que a piso?!

Sinto que, nesta margem, minha viagem terminou! Convido-te a alcançares o caminho que risquei, a viagem por mim iniciada...

Vem! Vem amigo! Vem comigo naufragar nestas ondas de palavras... Aqui encontrei meu refúgio!

Sozinha, desvendo, rasgo oceanos infindos, alcanço o horizonte, o infinito... permito-me ser eu!

Mas... Sabes?! Sinto saudades de tudo que ficou por dizer...!!!

http://ondasdepalavras.blogspot.com

Mélita Fernandes


Sabes!

Sabes!

Sinto saudades! Saudades de quando desfolhava esta página ilustrada. E, entre linhas, descobria teu olhar esperançado pelo retorno de um pensar inexistente, mas que teimava em existir, constantemente...

E, no fingimento do olhar, no suspanse das palavras por dizer, adivinhavas as mãos que riscavam sorrisos de anseios, colhidos em meu ser...!



Amélia Fernandes

sábado, 16 de agosto de 2008

Beijo...

Ah! Beija-me com teu sorriso perfumado
Enfeita meu olhar com carícias floridas!

Beija meus lábios doces, machucados...
Onde mora e se esteita o som da vida!

Beija-me com as mãos que acarinham,
Fala-me com teus gestos de ternura!

Afaga em teu corpo, esta voz de andorinha
Que rasga o céu, em plena noite escura!

Beija-me ao luar... de madrugada,
Na hora do silêncio, adormecida

Nesse orvalho que se espalha pela estrada
Nesse chão, onde deito... e faço amor contigo!

Depois termino...............!!!!!!!!!!!!

Saudade!!!

A saudade é tanta que dói...


A noite é longa e fria...!
Companheira na solidão!
O abraço... que tanto... queria...

Ética Artística IV...

Continuação

Por isso, a Natureza, sendo a arte mais bela que existe na face da terra, não é considerada como arte. Todavia, nem por isso deixa de ter uma função ética e estética na vida das pessoas.

Quando mergulhamos numa paisagem, e nos deixamos embriagar por uma Natureza indomável, de recantos bucólicos e amenos, ou nos deixamos seduzir pela música vinda do saltitar da vida em forma de rio! Fazendo-nos sentir cidadãos do infinito, em busca do absoluto!...

Pergunto-me: - Isso não é ético?! A ética não é sermos todos felizes?!...

Construir uma sociedade ideal, de homens livres, cidadãos do Mundo, cujo direito a uma vida digna seja respeitada e assumida por todos, é o papel ético e moral de cada um.

A ética teleológica, aristotélica, visa o uso destes meios, como objectivo para alcançar um fim: felicidade, prazer, vida boa: “Intenção de vida boa, com, e para os outros, em instituições justas”, implicando o sentido de justiça, com direitos e deveres iguais para todos.

Se todo o ser humano cumprisse o sue dever de cidadão digno, o Mundo seria um “espelho” ético e moral, sem qualquer necessidade de conflitos. Como nem todos cumprem, é necessário exercer uma disciplina justa, de acordo com, e para todos, preservando os valores de cada um. Isso, é o que designamos por “Ética”. Ética é respeitar s liberdade de cada um, mas, essa liberdade termina, quando interfere na vida do seu semelhante.

Muito mais haveria a desvendar! Fico por aqui! Não quero afugentar os leitores...

Ética Artística III...

Continuação

Devido a cada caso ser um caso, a ética nem sempre pode ser aplicada segundo as suas normas. Torna-se necessário, como disse, através da Sabedoria Prática, criar éticas que se ajustem ao tempo, ao espaço, ao acto, ao momento, à pessoa; em suma, ao contexto.

Dentro do papel ético, há ainda a ter em conta: a ética aristotélica, (teleológica) que aponta o meio para alcançar o fim, o bem supremo do homem é a felicidade, a plenitude. A felicidade humana não pode consistir nos prazeres nem nas honras(...)”, ou, a ética Kantiana, (deontológica) na qual a moral é definida pelo carácter de obrigação da norma que significa cumprimento do “Dever”.

Assim sendo, em Kant, a moral só adquire valor quando realizada como um dever, (por obrigação e não por devoção). “Dever é a necessidade de consumar uma acção por respeito para com a lei”.

Em Aristóteles, o “Entendimento da Razão”. O entendimento é a capacidade intuitiva do ser; a razão é a capacidade do raciocínio” . Daí ser permitido ao homem raciocinar, para melhor saber aplicar as leis éticas ou morais: - aplicar a ética através da sabedoria, da experiência e não a ética deontológica que, implica cumprimento do dever.

Por seu lado, a Estética é o ramo da filosofia referente ao bom e ao belo, assim como ao sentimento que a beleza provoca em nós.

Pergunto-me: Até que ponto a estética não assume, ou pode assumir, um papel ético na vida do cidadão?... Ou a ética, não pode ser vista como um bem estético?!..

Eu penso que, o uso da ética, a prática do bem, pode exercer uma função estética. Não uma estética artística, mas uma estética de beleza. Pois, só o que é construído com objectivo de arte, pode ser considerado artístico.

Continua.

Ética Artística II..

Continuação do texto anterior

Continuação do texto anterior

Segundo Aristóteles, a filosofia tem duas funções básicas: a teórica, ( trata da possibilidade de conhecer os elementos) e a prática (que se refere aos conteúdos e objectivos do conhecimento).

Definir o papel papel ético e estético ético é entrar num mundo filosófico, no qual mergulhamos, e por mais que nos debrucemos sobre oassunto, há sempre algo que nos ultrapassa. Nunca teremos a ética certa no tempo cero. Sendo por isso necessário criar a cada momento. para cada estado, para cada ser, uma nova ética e aplicá-la, mediante o resultado do estudo feito na hora certa, à pesoa certa. Ou seja: em casos conflituosos, devemos usar a teoria da Sabedoria Prática

Há várias visões, vários conceitos éticos. O que eu entendo como ética, visto à luz da ciência, pode não o ser. Sendo por isso necessário o uso de uma terminologia, uma norma comparativa, para que possamos dar o verdadeiro nome, ou, o verdadeiro sentido aos actos em questão.

O papel da ética é tentar compreender o comportamento do ser humano. Como este actua na vida? Porque deve actuar assim e não de outra forma? O que é o bem e o que é o mal? O que é justo e injusto? E, segundo os filosóficos, aplicar a ética em contexto; ou melhor: fazer valer e respeitar os valores morais e éticos.

Continua

Ética Artística!

Ética Artística!

O texto que se segue, tem como objectivo desvendar um pouco o significado da palavra, “Ética” e, procurar entender, até que ponto, a mesma pode ou não assumir o termo “Moral”, e até mesmo “Estético”: claro, no meu entender...

Será que, toda e qualquer Arte não representa uma finalidade ética e estética própria? E, seguindo as suas finalidades próprias (estéticas), não desempenham também uma função ética, no papel da estética, função fundamental, no que se liga principalmente aos valores da liberdade?

A Declaração Universal dos Direitos do Homem, promulgada em Paris, a 10 de Dezembro de 1948, pretende garantir a todas as pessoas os direitos que se consideram mínimos para o progresso individual e colectivo da sociedade. Mas estes direitos são, por vezes, deveres que todas as pessoas devem cumprir, porque todos os seres humanos são chamados a agir de boa vontade, fazendo e procurando o bem comum. Por isso, «todo o ser humano tem o direito a ser tratado justamente, mas também o dever de ser justo».

De forma global, a dimensão ética é imprescindível, porque o ser humano rege-se por critérios que lhe servem de orientação, dando coerência e pleno sentido a tudo o que faz. Mas, até que ponto, não se cruzam e se confundem estes conceitos (éticos estéticos e morais) ?! O que é a ética? O que é a moral? O que é a estética?

Para falar de Ética, penso ser necessário entender o sentido da palavra e, sua origem. Esta deriva da filosofia e surge após a divisão que Aristóteles faz do pensamento filosófico.

Continua...

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Solidão!

Solidão!

O tempo falar-te-á de mim!

Desejarás ouvir minha voz! Mas, só o vento tempestuoso escutarás. Somente o mar revolto te responderá...

Desejarás sentir o brilho do meu olhar! Contudo, só os relâmpagos da noite iluminarão a tua vida!

As mãos que te afagavam com ternura, jamais as sentirás percorrendo teu corpo desnudo... Meus dedos deslizando, rasgando tua pele fervente de anseios!

As noites gélidas, em que nossos corpos se fundiam, como o ferro no fogo, e aqueciam nossas veias ferventes, de loucura...! Essas noites continuarão áridas, agrestes, desérticas.

Os lábios que mordiam a saudade, e devoravam o prazer partilhado lado-a-lado! Esses, apenas ecoam gestos infindos de desilusão...!!!

É assim! É assim que te recordo em meu leito, em meu coração...

Solidão... !Solidão...!

O valor da metáfora.

O valor da metáfora.

A metáfora é uma flor, cristalina, aveludada, as pétalas são as letras, cada uma com o seu significado.

O ser humano é um artista, um inventor. Como a pintura, a música, a escultura e outras, também a literatura pode-nos transportar a um mundo fictício, a um mundo de ilusões. A pintura, a música transportam-nos a um mundo de sons coloridos. Com as letras, uma a uma, constróem - se palavras. Com as palavras constróem - se frases, com as frases constróem - se castelos de sentimentos, percepções, ilusões. Emoções, sonhos e fantasias: Pesadelos, ou sorrisos de alegrias. Só é preciso saber desfolhar as palavras, pétala a pétala e colocá-las no sítio certo, no lugar adequado, para que, com as mesmas, possamos dar-lhe o sentido desejado. As palavras são como as flores colocadas numa jarra. Quando nos saturamos de olhar a paisagem florida por nossas mãos, é só rodar. Com as mesmas flores obtemos uma nova visão, uma nova paisagem. Atrevo-me a dizer que a literatura é uma arte privilegiada. Com a mesma construímos a música, a pintura, a escultura, etc. Enquanto o som musical tem de ser alterado para que a música varie, enquanto que, o colorido de uma pintura é sempre o mesmo colorido, embora o possamos imaginar de forma diferente, a literatura não. Esta permite-nos elaborar o mais belo dos temas, usando apenas o seu instrumento; as letras, as palavras.

Assim é a metáfora. Esta permite, implica uma alteração das comparações das palavras. No discurso, ela tem o poder de persuadir, influenciar, atacar, dizer as verdades de forma mais dócil.

A metáfora não existe em si mesma, mas sim, numa e por uma interpretação que implica a destruição da interpretação literal. A metáfora implica ainda uma relação de semelhança entre coisas distintas, fazendo brotar desta comparação um sentido novo.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Fala-me...

Fala-me!

Vem-me dizer o que esperas
das palavras que flutuam com o vento
Rosas brancas, em teus dedos desfolhadas
Na madrugada, do dilúvio, do tormento...

Espero por ti na tempestade.....!!!


Na hora em que dormita a saudade
No desejo, mais secreto, enternecido...
Se.......
No silêncio do degredo me amares...
Bem baixinho o teu nome gritarei!
E, com ternura, eu te chamarei... querido!

Função Poética

A mensagem literária acentua a chamada «função poética», na qual os recursos expressivos pretendem conferir um maior significado e uma forma artística à mensagem: «o que importa não é tanto o que se diz, mas a forma como se diz»
A maior parte dos textos líricos foram escritos segundo as técnicas expressivas da poesia (verso, métrica, rima), daí se designar como termo “lírico” à noção de poesia
Por isso, o texto lírico é um dos géneros que mais recorre às figuras de estilo. Sendo estas uma linguagem literária e, não caprichos do autor. As figuras de estilo são instrumentos, ferramentas da língua. Com os recursos estilísticos podemos enriquecer o nosso vocabulário, a nossa expressão escrita, tornando-a mais pessoal e original. Podemos criar imagens literárias de grande beleza, e entrar no mundo fascinante da poesia: num mundo fictício, onde poucos entram e menos o conhecem. Só alguém com uma grande sensibilidade entende o poder da palavra, e sabe que, a mesma pode ser traiçoeira, levando-nos por vezes a experimentar sensações proibidas, ou não existentes. Deixando-nos no abismo, ou transportando-nos a um mundo de sonhos e miragens: transportando-nos ao irreal, ao infinito, ao transcendente. Transportando-nos a um mundo imaginário, ao mundo que desejamos alcançar e no qual queremos viver: “o belo”. Mas, o belo, pode não ser sinónimo de felicidade, de paz, de harmonia. Pelo contrário, pode ser discórdia, desordem, mau estar.

Continua: é o texto que está a amarelo

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terça-feira, 12 de agosto de 2008

Para Ti!


Para ti!

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lecax3@yahoo.com

Onde o espaço se enfeita

No pó dos caminhos, restam as pegadas
O cheiro a maresia... no olhar!
Libelihas voando desajeitadas...

Nas ondas das giestas, por ceifar.


E lá! Onde o espaço se enfeita
Restam os suspiros acordar
Nessa madrugada me reflexos...
Onde os soluços se escondem; p`ra chora...!
A palavra... A palavra diz tudo e pode não dizer nada. Tudo depende como a interpretamos, os recursos estilísticos de que a mesma se compõe, faz com que esta se desdobre e apresente várias teorias, várias significações, enquanto o significado é apenas um. Segundo Ricoeur, alguns recursos baseiam-se na repetição de sons, para que se obtenha o efeito desejado. Outros, utilizam a mudança de significado de uma palavra, para chamar a atenção do leitor. Seja qual for o processo, o seu uso permite fugir à ideia que é normalmente sugerida por uma palavra, ou por um conjunto de palavras. «A linguagem não está encerrada em si própria, ela remete para além de Si, para o mundo para o imaginário
Os textos escritos, para além de nos proporcionarem identificar uma situação referencial que descrevem, «podem criar novos mundos servindo-se da dimensão metafórica e simbólica da linguagem»
Ricoeur compara a metáfora e o símbolo, e interroga-se se, o excesso da metáfora é um excesso de sentido, ou faz parte da significação da obra, ou ainda se a mesma é aí colocada pelo leitor enquanto sujeito emotivo, acabando por concordar com as duas teorias. «A teoria da metáfora leva-nos à teoria do símbolo, e o símbolo conduz-nos à teoria da significação»
A metáfora constitui o paradigma da obra literária enquanto possuidor de um duplo sentido. O implícito e o explícito. Em confronto com o que pensam os positivistas, Ricoeur procura provar que ambos os sentidos da metáfora se inscreve no domínio da semântica

Sinto!

Sinto!


Vem e não sei como...dói-me e não sei porquê

Esta lembrança que cresce em mim

Como o rio que nasce, triste e risonho...

Tão completo de quimeras perdidas!

Busco o amor no engenho da vida

Para que não tirem de mim, o que não tenho...

Busco no amanhã esperanças perdidas

Olho o céu, e pergunto. – de onde venho?!...

Amélia Fernandes, In, Ser Eu e Sonhar. P., 21 (2004)

Carícia de Fogo!!!

Carícia de Fogo

Como se a trombeta marcasse o desespero

E o destino traçasse o imprevisto, o invencível

Dos desejos resgatados...

Na ternura dos abraços que me deste,

E os beijos que adormecem nos meus lábios.

Deslizam, docemente, meus soluços...!

Obsessão, destruidora, no olhar...

Na memória da saudade... o excesso

Na madrugada em que regressam

Numa carícia de fogo...

Queimando de tanto amar...!

MEDO

Medo!

Quando moça, da vida sentia medo...
Sou mulher... da vida eu medo tenho.
E na vida me embriago
Para esquecer de onde venho...!

A Metamorfose da Palavra

A Metamorfose da Palavra!

A palavra literatura deriva etimologicamente de letra. A relação entre estes dois termos faz-nos pensar que a literatura necessita da escrita para que a consideremos como tal.
Embora nenhuma cultura primitiva conhecida soubesse o que era a escrita, todas elas possuíam um rico acervo de lendas e canções. A literatura nasceu com o Homo sapiens, com a necessidade que o ser humano tem de conservar a sua história (o que deu lugar ás epopeias e às lendas) e de controlar a natureza (dando lugar a mitos e às religiões)..
Até ao aparecimento da escrita, no III milénio a C., a transmissão de conhecimentos, orações, lendas, e canções era feita oralmente. Com a escrita transformou-se, tornou-se mais estável e deu lugar à figura do autor, que na literatura oral era sempre anónimo.
Neste contexto, a literatura tem a capacidade assombrosa de pertencer ao seu próprio tempo e, simultaneamente, a qualquer tempo possível. Esta condição deve presidir a qualquer estudo da mesma. Com efeito, devemos beneficiar dessa característica para fazer da literatura uma disciplina que, através do passado, nos aproxime do presente. «A facilidade com que uma obra pode oferecer diferentes interpretações faz com que obtenhamos leituras diferentes, consoante a pessoa, a época ou o modo como ela é abordada»
Em contrapartida, é imprescindível saber aproximarmo-nos dela, aprender a procurá-la e a obtê-la. E, sobretudo, aprender a assimilá-la. Saber, mas, melhor ainda, saber como.
A literatura é hoje o melhor embaixador, para a melhor das mensagens: ler gera capacidades expressivas, mas é também, uma fonte de cultura, conhecimentos, humanidade e maturidade. Não é em vão que esta é uma “Arte” privilegiada, pois é a única em que o seu próprio instrumento, “a palavra”, é ao mesmo tempo o objecto da sua adoração.
O desejo em expressar os sentimentos e o modo de pensar, de forma diferente do que faz no dia a dia, levou o homem a usar a linguagem literária como ponte de união entre o” ser e o sentir”. Com a descoberta da escrita e, mais tarde com a difusão da imprensa, as mensagens tornaram-se mais extensas chegando a um maior número de público.
Com o tempo, a arte literária foi reunindo formas particulares de expressão, não se limitando a recolher essas formas, mas sim, classificou-as e analisou as suas estruturas, os temas e as formas. Estabelecendo-se assim a distinção entre a literatura e outros géneros de expressão escrita, como os textos científicos, os jurídicos ou o jornalismo.
Amélia Fernandes:
Execerto de um trabalho académico


Boas Férias!!!

O endereço que se segue, tem por finalidade, facultar algum conhecimento da autora do blog, aos seus visitantes, nomeadamente, a um ente muito querido, a quem desejo umas óptimas férias, e, um regresso muito rápido!

Beijo desta amiga e confidente...


Segue também o meu e-mail... falamos disso, lembra-se?

Beijinho.

Lecax3@yahoo.com

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O CANTO DO ROUXINOL!

O CANTO DO ROUXINOL!

Se o canto do rouxinol ocultasse

O silêncio da certeza

Acordasse os sentimentos de

Nobreza

E esculpisse a beleza do amor...

Pouca gente haveria, com certeza

Que sentisse em seu abrigo

A melodia de uma ave a cantar

Ou o puro, néctar, de uma flor...!

Amélia F. In. Poemas de Amor e Sal, p. 25 81997)

Morrer por Amar!

Morrer por Amar!

Eu quero amar! Amar amando...

Perdidamente, sempre amar, se for preciso

Nuvens densas, desaguam em meu pranto

E nelas, eu busco, o paraíso.

Eu quero amar, sentir no peito

O desespero da paixão que me domina

Adormecer toda a hora em teu leito

Ser embalada, pela voz da andorinha!

Eu quero amar! Sangrar por dentro...

Destruir este calvário que invento

Morrer por ti, torturada de prazer...

Se um dia, hei-de ser cinza espalhada

Aos ventos cantarei minha alvorada

Eu quero amar... amar...! amar até morrer!

Amélia Fernandes,In. Sol e Miragem, p, 22 (2000)

terça-feira, 5 de agosto de 2008

O MUNDO!

O MUNDO!

O mundo era nosso, e o céu

Cobria a nudez do nosso amor

Enquanto, enlouquecidos, tu e eu...

Sugávamos as entranhas das flores.


O luar estendido a meus pés...

Giestas, perfumadas, coloridas.

Naufragava, em teus braços de marés...

Minha alma, o meu corpo, minha vida!


E tu...! E eu...! Nossos beijos...!

Amordaçados na paixão de bem querer

Enfeitavam o voar das andorinhas.


Aquecidos, docemente, os desejos...

Depositados, em meu corpo, em meu ser,

Na madrugada, das estrelas, que eram minhas...

Amélia F.