O valor da metáfora.
A metáfora é uma flor, cristalina, aveludada, as pétalas são as letras, cada uma com o seu significado.
O ser humano é um artista, um inventor. Como a pintura, a música, a escultura e outras, também a literatura pode-nos transportar a um mundo fictício, a um mundo de ilusões. A pintura, a música transportam-nos a um mundo de sons coloridos. Com as letras, uma a uma, constróem - se palavras. Com as palavras constróem - se frases, com as frases constróem - se castelos de sentimentos, percepções, ilusões. Emoções, sonhos e fantasias: Pesadelos, ou sorrisos de alegrias. Só é preciso saber desfolhar as palavras, pétala a pétala e colocá-las no sítio certo, no lugar adequado, para que, com as mesmas, possamos dar-lhe o sentido desejado. As palavras são como as flores colocadas numa jarra. Quando nos saturamos de olhar a paisagem florida por nossas mãos, é só rodar. Com as mesmas flores obtemos uma nova visão, uma nova paisagem. Atrevo-me a dizer que a literatura é uma arte privilegiada. Com a mesma construímos a música, a pintura, a escultura, etc. Enquanto o som musical tem de ser alterado para que a música varie, enquanto que, o colorido de uma pintura é sempre o mesmo colorido, embora o possamos imaginar de forma diferente, a literatura não. Esta permite-nos elaborar o mais belo dos temas, usando apenas o seu instrumento; as letras, as palavras.
Assim é a metáfora. Esta permite, implica uma alteração das comparações das palavras. No discurso, ela tem o poder de persuadir, influenciar, atacar, dizer as verdades de forma mais dócil.
A metáfora não existe em si mesma, mas sim, numa e por uma interpretação que implica a destruição da interpretação literal. A metáfora implica ainda uma relação de semelhança entre coisas distintas, fazendo brotar desta comparação um sentido novo.
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