Castelos
Não tenho castelos, nem sou princesa
Habito no deserto de mim mesma
Sozinha desvendo incerteza
Deusa encantada, montanha escalada
Mar imenso de fraqueza
Transporto angustiada
No regaço à tua mesa
A certeza enfeitada
Simples poema,
Que a noite embeleza
Escuto a brisa do teu pensamento
Agonizante disfarço, tristeza e dor
Suspiros enfeitam meus braços
Braços que clamam pelo teu amor
O tempo que passa, o vejo passando
Velo teu sono, sem querer velando...
Em meus sonhos abraço o pássaro cantando
Mãos erguidas rasgam fermentos chorando
Crescem crispadas, sangrando
Tecem loucuras no tear da vida
Gemem suspiros no peito cantando
Desejo cravado, vontade chorada
Em seios sedentos de alma florida.
In, Flores para Ti, (2008)
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