terça-feira, 12 de agosto de 2008

A palavra... A palavra diz tudo e pode não dizer nada. Tudo depende como a interpretamos, os recursos estilísticos de que a mesma se compõe, faz com que esta se desdobre e apresente várias teorias, várias significações, enquanto o significado é apenas um. Segundo Ricoeur, alguns recursos baseiam-se na repetição de sons, para que se obtenha o efeito desejado. Outros, utilizam a mudança de significado de uma palavra, para chamar a atenção do leitor. Seja qual for o processo, o seu uso permite fugir à ideia que é normalmente sugerida por uma palavra, ou por um conjunto de palavras. «A linguagem não está encerrada em si própria, ela remete para além de Si, para o mundo para o imaginário
Os textos escritos, para além de nos proporcionarem identificar uma situação referencial que descrevem, «podem criar novos mundos servindo-se da dimensão metafórica e simbólica da linguagem»
Ricoeur compara a metáfora e o símbolo, e interroga-se se, o excesso da metáfora é um excesso de sentido, ou faz parte da significação da obra, ou ainda se a mesma é aí colocada pelo leitor enquanto sujeito emotivo, acabando por concordar com as duas teorias. «A teoria da metáfora leva-nos à teoria do símbolo, e o símbolo conduz-nos à teoria da significação»
A metáfora constitui o paradigma da obra literária enquanto possuidor de um duplo sentido. O implícito e o explícito. Em confronto com o que pensam os positivistas, Ricoeur procura provar que ambos os sentidos da metáfora se inscreve no domínio da semântica

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