A expressão dos «ses» é uma constante na vida das pessoas, principalmente, nas mais apáticas, passivas, inactivas.
O homem, quando não tem argumentos próprios, baseia-se no se, como se, os acontecimentos mais ou menos importantes, dependessem dos «ses».
No meu ponto de vista é errado: não existem «ses». A vida é um mistério que não cabe ao homem desvendar, definir, uma vez que, o homem existe, já antes mesmo de o ser.
Tendo em conta este facto, parece que tudo está predestinado. Pode, porém, o homem questionar, tentar melhorar, fazer diferente. Pode e deve!
Com certeza que, a influência social, económica, cultural e religiosa, assim como política, contribui para uma modificação do género humano. Ou seja; mediante o meio existente, o ser humano pode ser moldado, segundo as circunstâncias. O que não deve o homem é ficar á espera que os “ses” aconteçam ou não aconteçam, dependendo das conveniências de cada um.
Se eu fosse rico, se vivesse em outro país, se, se, se, se, se…
O homem nasce com o seu génese, é certo. Pode, contudo, desenvolver de forma mais ou menos abrangente as suas características, sem precisar que o “se” interfira na sua atitude perante a vida. Se acontecer eu faço; eu sou; eu digo…
O ser humano deve caminhar por si só. Lutar pelos seus ideais. Colocar em prática as suas convicções sem a interferência do “se”, do meio, da religião, da raça, da cor, da política, etc.
Placidamente sentar e deixar que a vida “passe”, sem interferir para que o rumo da mesma seja alterado, (ainda que por vezes para pior) isso, é ser um fraco, cobarde. Alguns limitam-se a viver, usufruindo do que, os demais construíram. São seres que “passam” pela vida por “passar”! Vivem por viver! Mas não deixam marcas, sonhos realizados, nem ambições concretizadas, porque nunca as tiveram.
Quase me atrevo a dizer que, nem tão pouco deveriam ter direito ao ar que respiram, uma vez que nada fazem, para que algo aconteça.
É certo que o dom da sabedoria, da persistência, ou da burrice, já nasce com o homem. Podem ainda, as circunstâncias da vida, o contexto ou movimento onde se enquadram, serem mais ou menos favoráveis à criação, produção, ou destruição de algo.
Devemos porém, mediante as possibilidades e capacidades de cada um, colaborar para que mais e melhor aconteça. Se cada um abdicar do pouco que tem, do pouco que sabe, em favor de outrem, o mundo ficará mais rico e mais diversificado.
Neste sentido, julgo ser tempo de por termo aos “ses”, como se, os “ses” fossem autores da nossa própria vida. Como se, os “ses” fossem a causa do, “não” efeito.
Não podem nem devem ser três letras, - ou melhor, duas, ( se ) a determinarem o percurso da vida de cada um de nós. Ou será que, o ser humano é tão insignificante, a ponto de “se” deixar dominar pelas circunstâncias dos… ses?!...
Amélia Fernandes
04 de Junho de 2010
sexta-feira, 4 de junho de 2010
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3 comentários:
E se... eu voltasse ?
Olá Carlos. Tudo bem?
não imaginas o quanto feliz fiquei hoje ao descobrir que tinha uma pergunta tua no meu blog. Obrigada.
Respondendo à mesma:
- Não pode voltar o que nunca partiu! Sempre estiveste em meu pensamento.
Meu coração, quando se "abre" ao diálogo, à amizade, é para sempre. Ainda que do lado de lá deixe de "fluir" esse gesto tão belo, que nos fascina, nos acaricia como se fosse uma brisa fresca em tarde de Verão. Ou então, um afago quente que nos "aconchega" e ilumina a alma em noites gélidas e "silenciosas", apesar do rumor tempestuoso de Inverno.
... espero por ti, meu amigo; espero por ti, neste portal colorido de Ondas Ilustradas.
Abraço.
Amélia
http://palavrasilustradas.blogspot.com/
com amizade
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