domingo, 15 de junho de 2008

Montalegre.

Montalegre!

Aqui, onde céu e terra se abraçam... eu abraço a terra e risco o céu, horizontes infindos na aridez da paisagem transmontana. Colorida de verde musgo e trigo loiro! Infinito perdido no olhar, onde busco madrigais de saudade, montanhas de verdade e de amores por desvendar.

Beijo o chão que piso, e rezo, peço, ofereço e agradeço poder maravilhar meus olhos com a grandiosidade da paisagem. Só o silêncio quebra /invade/rompe a solidão. A melodia de um sorriso em pássaros que voam sem direcção. Perco-me e encontro-me dentro de mim! Assim, vazia! Tão vazia de mim mesma e cheia de emoção.

Natureza que o pensamento abraça, que os olhos não alcançam, mas que o coração vê e sente no silêncio, onde desfolho a melancolia da saudade do teu ser. A nostalgia por me sentir tão pequena, tão insignificante perante a luminosidade Universal. Não há palavras que cantem, poetas bastantes para dignificar com belas poesias, retractar o encanto do silêncio onde a melodia da paisagem se deixa embalar pela brisa; acaricia meu corpo, carente, doente por não te poder amar.

E, perdido na brisa de um espaço, vive o espaço sedento de anseios. Desejos e beijos flutuam no ar, na imensidão do tempo, do espaço que não tem fim, mas que vem até mim.

Amélia Fernandes

Fevereiro de 2008

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