sábado, 20 de dezembro de 2008
FELIZ NATAL!!!
ilusão, sonho , e magia...
então, porque não pode haver
um Natal todos os dias?!...
Amélia Fernandes
In, Magia de Natal, (conto infantil), 1998
domingo, 7 de dezembro de 2008
Vazio!!!!
deserta por dentro
e tenho saudades......
saudades do teu colo,
do teu mimo.....
saudades do teu abraço!
Aconchego-te em meu peito!
Dispo-te com meu olhar...
e, deixo que me envolvas
nas carícias..........
que tens para me dar!!!
Maria Amélia Fonseca Fernandes
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Quem Sou Eu?
a rocha dura desfeita em pó
eu sou uma areia perdida
entre tantas areias do mar
eu sou o pássaro que voa, que canta
sou a água que corre sem nunca parar
eu sou a mão forte que trabalha a enxada
um copo cheio de amargura
onde todos bebem o desespero
eu sou a vida parada, mexida, revoltada, confortada
um caminho já +ercorrido, cansado, destruído
... mas com vontade de caminhar...
eu sou uma onda de ternura
beijando a praia adormecida
a nuvem do ódio esvoaçando no ar
eu sou a vingança, a justiça, a vontade de ser Eu!
... a vida que ainda não morreu...
eu sou a confusão
que ás vezes a mim pergunta:
-mas, afinal, quem sou eu?
Maria Amélia Fonseca Fernandes
In. Ondas de Palavras, p., 63, (1985)
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Amanhecer!
A colina do tempo, espera a chegada
Preparam intensos, os seus quentes ninhos...
Pessoas ao longe... um vulto de nada!
E, o luar, de mansinho, desmaia...
E, destroçado, lembra a hora, o dever
Pálido, tristonho, vem um novo dia...
O silêncio da noite, vai desaparecer!
Em cada sombra, alguém a galope...
Em cada cidade, manobra o chicote,
Há correrias no cais da minha alma!
Tecem as veias, o som da alegria!
Vestido de alva, o Sol desponta
E, a manhã, parece mais calma...!
Amélia F.
In Sol e Miragem, p.,29 (200)
A Ti...!
Se hoje vieres
e me quiseres
eu serei para ti...
Nunca desejes
uma outra mulher...
Quando essa tentação aparecer!
Olha para trás...
e lembra-te de mim...!
Amélia Fernandes:
in, O Canto do Vento, p. 23 (1991)
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Eterna saudade!
22 de Setembro de 2008
Adeus, Christian, meu sobrinho!
Aconteceu, ao fim de uma manhã cheia de sol, uma manhã perfumada pelas cores do teu sorriso!
Aconteceu, que Deus te chamou para Ele! Sim! E tu partiste sorridente, exibindo esse sorriso de sempre. Esse sorriso, com o qual acalentavas, o coração de tua mãe! A tua mãe, que, como uma Heroína, esteve sempre a teu lado; desde o início da agonia, até ao fim.
É, Christian! Terminaste demasiado cedo, a tua missão na terra! Uma outra missão, mais Sublime, espera-te na Pátria Celeste.
Neste sentido, meu querido sobrinho, não te digo adeus, porque, estou a teu lado, nesta caminhada que te “eleva” até Deus!
Nós, os que cremos na Ressurreição, mesmo sabendo que, a partir de agora, jamais te possamos ver, sentir, embriagar-mo-nos com o teu sorriso, mantém-se a certeza da tua presença, sempre viva, em nossos corações.
Embora a dor da saudade nos venha a sufocar, conforta-nos a certeza de que, onde quer que estejas, estás melhor que nós! Olhando e pedindo por todos nós.
A partir de hoje, Christian, quando eu olhar o céu, quando vir as estrelas brilhar, eu vou ter a certeza de que estás entre elas. Serás mais uma linda estrela, cintilante, abrilhantando a nossa vida, o coração de cada um de nós! Por isso, repito:
- Não te digo adeus, meu querido sobrinho! Mas sim, até já! Até sempre!...
Que Deus te receba na sua glória, para que, juntamente com os anjos e os santos, possas cantar Hinos de Louvor, ao nosso Criador; Senhor da Vida e da Morte!
Eterna saudade, da tia Amélia.
sábado, 13 de setembro de 2008
Rígidos!
Ferem, machucam por dentro,
A hora vai apressada....
O infinito deserto
Definitivamente discreto
Rompendo a madrugada....
E tu?! Estás em mim
Teu olhar está no meu
Já vejo o despertar...!
Nesse olhar enternecido
O sentir embevecido
Do proibido sonhar...!!!
Amélia F.
in, Ser Eu e Sonhar. p., 66, (2004)
Nunca é tarde...!
para começar!
Nunca é tarde de mais
para viver!
Nunca é tarde de mais
para perdoar!
Nunca é tarde de mais
para sofrer...para corrigir
e crescer!
E é sempre tempo para
dar...
sorrir...
e Amar...
Mélita Fernandes
In, Ondas de Palavras, p., 48, (1985)
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Até amanhã...
Estou cansada, sem inspiração.
Vou deitar.
Amanhã espera-me um novo dia.
Partirei para Ourense, a fim de finalizar as II Jornadas Culturais, onde, entre outros temas, tem sido debatido o "problema" da língua Luso-Galaica.
É com alguma emoção, que presencio o interesse do heróico povo galego, a luta, que os mesmos travam, a fim de conseguirem a unificação da Galiza a Portugal.
O futuro será testemunho destes Docentes, Nacionalistas, que muito têm dado em prol do ideal em que acreditam.
A finalizar as jornadas, que decorreram durante toda a semana, terá lugar um recital de poesia.
Infelizmente, para quem vai assistir, o mesmo terá apenas literatura portuguesa; a minha poesia. Além de mim, vários poetas declamarão poesia, mas toda da autoria da "Poetisa de Arosa". Espero não se desiludam muito.
Beijo e até breve
Amélia F.
Quero amar-te!
Quero amar-te na madrugada já distante…
Quero sentir em meu corpo o teu calor
Deslizar minhas mãos que acarinham,
Com os dedos tocar-te suavemente
E fazer-te sentir dor; dor de amor…
Sentir em meus lábios a paisagem
Que, desfeito, o meu corpo adivinha….
Fazer-te estrela, bela, selvagem,
Fazer-te sentir imagem desértica
Horizonte perdido onde foste outrora
Camélia florida…
A flor da vida, que o temo devoraaaaa………!
Mélita Fernandes.
In, Flores Para Ti, p., 30 (2008)
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Hoje o dia foi muito longo....
Tentei fazer várias coisas, mas não fiz nada.
Tentei escrever poesia.
Mas, as palavras que encontrei, eram rudes, selvagens, e frias, muito muito frias!
Não consegui encontrar o doce da manhã que sorri!
Nem tão pouco, as gotas de ovalho matinal se dispuseram a enfeitar meu olhar que vagueava errante...
Estava tudo tão distante de mim... ! Ou seria eu que estava distante de tudo?!
Não sei!...
Todo o dia me senti ausente: longe...............
Ausente de mim, de ti, do ar que respiro
Da brisa que passa e me deixa sem graça.
Senti-me ausente do chão que piso
Ausente do pensamento, distante do teu olhar
Desse olhar que buscava no murmurar dos ventos,
No canto dos pássaros,
Na folha de tília que, desprendida, partia em busca de um novo horizonte.
Deixei-me guiar por ela, e dei comigo à janela contando as estrelas,
Enquanto o prateado da lua abrilhantava meus cabelos trigueiros.
Era quase madrugada! Estava cansada...!
Deitei, e sonhei que tinha feito de tudo;
Embora não tivessse feito nada
Hoje estou cansada, sem inspiração!
Vou dormir! dói-me o coração...
Amélia.
27/08/2000
terça-feira, 26 de agosto de 2008
O Sol!
Dá a sensação de que penetra na alma da gente...
E aquece, enlouquece, transparece
E como se nada mais existisse na Terra,
Ele; o sol, apodera-se do espaço envolvente e fá-lo seu:
- Apenas seu!
Com suas asas coloridas abraça o infinito...
E! Meu Deus! O que é isto?
Um mundo de cor e luz que rodeia a todos nós!
Um mundo de amor, feito de algodão doce...
Tão leve e suave...
Belo e denso, como meu pensamento
Brilhante como a luz do teu sorriso
Acho que estou no paraíso...!!!
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Construam...!!!
Construam...!!!
Construam o amor imaginado, para que deixe de ser imaginação e o possamos sentir parte de nós; a vibrar no coração...
Construam palavras feitas de aromas e beijos trocados, largados, invadidos por sentimentos agrestes, desfolhados na madrugada da tua voz, na aridez do teu olhar, no perfume da tua cor...!
Construam!
Construam palavras e mais palavras! Mas, nunca se esqueçam, de que, é com essas palavras, que pintamos , riscamos, traçamos o destino de imagens que colhemos sem querer.
E, ainda, sem querer, é com essas mesmas palavras, que por vezes magoamos, fazemos sofrer a quem amamos!!!
Contudo!
Aconteça o que acontecer: Nunca, mas nunca, deixes de construir as tuas palavras, as palavras, com que aprendes a crescer!!!
As palavras, que te permitem evidenciar com delicadeza a contemplação do teu olhar!
E, nada melhor, que contemplar a Natureza! Contemplar uma flor!
E, através dessa contemplação, aprendermos adquirir a simplicidade, transmitir beleza, paz, serenidade em nosso redor.
Nunca deixem de construir palavradas, essas palavras feitas em pétalas de flores...Amélia
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Uma Palavra!
Uma palavra!
Apenas uma palavra, para que eu te possa adivinhar, descobrir, entender,
Sentir-te a renascer e fazer-te amar!
Apenas uma palavra!!!
Uma palavra mágica, que desvenda o deserto, canta madrugadas por sentir, tojos de aromas silvestres, na avelã dos madrigais a florir!
Uma palavra...!
Com a qual afagas o rosto que desolha sentimentos, e partilha sensações
em cada gesto no olhar!
Uma palavra!!! Essa palavra que só tu sabes sentir, só tu sabes escutar!
No balbuciar de ondas, acordas madrugadas desérticas, mirradas de tanto sentir palavras
e mais palavras sem sentido ...
É como se um labirinto nos cercasse e nos induzisse à tentação do desespero baldio, onde tempestades de calmaria esperam serenamente um corpo que se deixe seduzir...!
Palavra! Apenas uma palavra!...
Só precisas de uma palavra, para com ela desenhar o sorriso com que enfeitas corpos nus,
sedentos de desejos...Pintar as curvilíneas, com ternura e beijos! Basta que saibas pronunciar essa palavra, e com ela, comandarás corpos sedentos de anseios.
Uma palavra!...
Aquela palavra que te segreda ao ouvido um gesto onde vais mergulhar...!
A palavra: “AMOR” “AMAR”!!!...
Meu
Meu
flores de fruta...
enfeitavam o néctar de nossos dias
as mãos que afagam
a esperança de um pensamento
em teu pensar...!
que parte ao encontro dos teus sentidos
haja carinhos de amoras... silvestres...!
a preencher o regaço
com que enfeitas os caminhos
por onde passo...!
cores, perfumes, sons,
cantar de sereia dormente
balbucio teu nome sem querer
esse nome que invento
mas que não adivinho
não sei...!
mas que sinto em meu ser!
a brisa que aguardo no silêncio
em que escuto tua voz de embalar
teu sorriso que pinta meu corpo
de violetas brincando
como se fossem crianças
em busca de crescer
para poderem amar...!
Delírios ausentes !!!
Delírios ausentes !!!
O que peço á vida
é somente o teu carinho,
a razão em tua mão, num apelo forte e poderoso
em teus olhos que brilham leio a doçura
e confio-me a este grande mar de lágrimas
que desvendo com ternura
e que me desnuda descobrindo o amor
em seu mistério findo
o sabor dos frutos colhidos em tua mente
que num instante, alvo percorro
doces angústias, carícias e medos
e falsos juramentos, volvem-me o nascer
como uma orquídea bela e pura
e não sendo suficiente um oceano,
entre nós para nos separar
num gemido percorro o gesto carente
onde me negas, recusas o silêncio
que persigo com o olhar
haverá quem não ame tão intensamente!
e quem não queira amar-te, sensivelmente!
não desperdices o amor...!!!
se descobres o aflorar
com a naturalidade de um sorriso
esse sorriso que me desperta,
destrói com fúria de tormenta,
essa dor que quero abraçar
deixa-me mostrar-te todo o meu universo
meus secretos desejos e promessas
e todo o meu ser será teu!
tua pele em minha pele desnuda
tua mão tenebrosa, junto à minha
lábios que movem o mesmo sentir
e pronunciam em gestos ondulantes
a palavra; Amor!!!
In, Flores para Ti (2008)
Meus versos!
Partem meus versos no astro rasgado
Risco horizontes que acenam anseios
Alma gigante aponta universos
Rompo estradas e saio cantando
Busco a seara do tempo em teus beijos!
Dispo o sol que abraça ceifeiras
De incertas maresias clandestinas
Degredos, segredos despidos na eira
Por mãos calejadas, madrugadas, sozinhas,
Sentimentos, destroços, espinhos amargos
Teu sono acalento com o meu olhar
Triste saudade, doce lamento
Tormento de dor por não te tocar...
Pensamentos floridos cobrem meu corpo
Dispo a vontade e vou devorar
Teu sorriso parido, no cais de um porto
Onde já morta vou ressuscitar!
Castelos
Castelos
Não tenho castelos, nem sou princesa
Habito no deserto de mim mesma
Sozinha desvendo incerteza
Deusa encantada, montanha escalada
Mar imenso de fraqueza
Transporto angustiada
No regaço à tua mesa
A certeza enfeitada
Simples poema,
Que a noite embeleza
Escuto a brisa do teu pensamento
Agonizante disfarço, tristeza e dor
Suspiros enfeitam meus braços
Braços que clamam pelo teu amor
O tempo que passa, o vejo passando
Velo teu sono, sem querer velando...
Em meus sonhos abraço o pássaro cantando
Mãos erguidas rasgam fermentos chorando
Crescem crispadas, sangrando
Tecem loucuras no tear da vida
Gemem suspiros no peito cantando
Desejo cravado, vontade chorada
Em seios sedentos de alma florida.
In, Flores para Ti, (2008)
Silencioso é o luar
Silencioso é o luar!
Vens, sorrateiramente, rastejando
no orvalho de papoilas a cantar;
sussurrando baixinho
alma densa de candura…
Pétalas em meu ventre,
para te acarinhar...
Giestas cobrem meu leito,
o orvalho canta madrugadas
clandestinas…
Dispo meu corpo ao relento...
Evaporam-se os sentidos…
E quando faço amor contigo,
há música, há sinos a tocar!
Harpas e Violinos!...
Dedos que deslizam com suavidade,
que buscam em meu ser a saudade
de te sentir peregrino
dentro do meu caminhar!
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Saudade!
Saudade!
O sonho findou! As palavras morrem antes de nascer!
O pensamento... esse, nem chega a existir, não tem razão de ser! Se não lhe posso dar vida... para quê? Para quê deixar que respire a aridez da saudade?!
Deixar que mergulhe, em ondas de um passado, que terminou antes de existir?
Se não entendes o coração que flutua em mãos que acarinham! Deambula em busca de um sorriso, de um oásis, de um afago sem sentido! Para quê, continuar a palmilhar este chão, onde a terra sangra cada vez que a piso?!
Sinto que, nesta margem, minha viagem terminou! Convido-te a alcançares o caminho que risquei, a viagem por mim iniciada...
Vem! Vem amigo! Vem comigo naufragar nestas ondas de palavras... Aqui encontrei meu refúgio!
Sozinha, desvendo, rasgo oceanos infindos, alcanço o horizonte, o infinito... permito-me ser eu!
Mas... Sabes?! Sinto saudades de tudo que ficou por dizer...!!!
http://ondasdepalavras.blogspot.com
Mélita Fernandes
Sabes!
Sabes!
Sinto saudades! Saudades de quando desfolhava esta página ilustrada. E, entre linhas, descobria teu olhar esperançado pelo retorno de um pensar inexistente, mas que teimava em existir, constantemente...
E, no fingimento do olhar, no suspanse das palavras por dizer, adivinhavas as mãos que riscavam sorrisos de anseios, colhidos em meu ser...!
Amélia Fernandes
sábado, 16 de agosto de 2008
Beijo...
Enfeita meu olhar com carícias floridas!
Beija meus lábios doces, machucados...
Onde mora e se esteita o som da vida!
Beija-me com as mãos que acarinham,
Fala-me com teus gestos de ternura!
Afaga em teu corpo, esta voz de andorinha
Que rasga o céu, em plena noite escura!
Beija-me ao luar... de madrugada,
Na hora do silêncio, adormecida
Nesse orvalho que se espalha pela estrada
Nesse chão, onde deito... e faço amor contigo!
Depois termino...............!!!!!!!!!!!!
Saudade!!!
A noite é longa e fria...!
Companheira na solidão!
O abraço... que tanto... queria...
Ética Artística IV...
Continuação
Por isso, a Natureza, sendo a arte mais bela que existe na face da terra, não é considerada como arte. Todavia, nem por isso deixa de ter uma função ética e estética na vida das pessoas.
Quando mergulhamos numa paisagem, e nos deixamos embriagar por uma Natureza indomável, de recantos bucólicos e amenos, ou nos deixamos seduzir pela música vinda do saltitar da vida em forma de rio! Fazendo-nos sentir cidadãos do infinito, em busca do absoluto!...
Pergunto-me: - Isso não é ético?! A ética não é sermos todos felizes?!...
Construir uma sociedade ideal, de homens livres, cidadãos do Mundo, cujo direito a uma vida digna seja respeitada e assumida por todos, é o papel ético e moral de cada um.
A ética teleológica, aristotélica, visa o uso destes meios, como objectivo para alcançar um fim: felicidade, prazer, vida boa: “Intenção de vida boa, com, e para os outros, em instituições justas”, implicando o sentido de justiça, com direitos e deveres iguais para todos.
Se todo o ser humano cumprisse o sue dever de cidadão digno, o Mundo seria um “espelho” ético e moral, sem qualquer necessidade de conflitos. Como nem todos cumprem, é necessário exercer uma disciplina justa, de acordo com, e para todos, preservando os valores de cada um. Isso, é o que designamos por “Ética”. Ética é respeitar s liberdade de cada um, mas, essa liberdade termina, quando interfere na vida do seu semelhante.
Muito mais haveria a desvendar! Fico por aqui! Não quero afugentar os leitores...
Ética Artística III...
Continuação
Devido a cada caso ser um caso, a ética nem sempre pode ser aplicada segundo as suas normas. Torna-se necessário, como disse, através da Sabedoria Prática, criar éticas que se ajustem ao tempo, ao espaço, ao acto, ao momento, à pessoa; em suma, ao contexto.
Dentro do papel ético, há ainda a ter em conta: a ética aristotélica, (teleológica) que aponta o meio para alcançar o fim, “o bem supremo do homem é a felicidade, a plenitude. A felicidade humana não pode consistir nos prazeres nem nas honras(...)”, ou, a ética Kantiana, (deontológica) na qual a moral é definida pelo carácter de obrigação da norma que significa cumprimento do “Dever”.
Assim sendo, em Kant, a moral só adquire valor quando realizada como um dever, (por obrigação e não por devoção). “Dever é a necessidade de consumar uma acção por respeito para com a lei”.
Em Aristóteles, o “Entendimento da Razão”. “O entendimento é a capacidade intuitiva do ser; a razão é a capacidade do raciocínio” . Daí ser permitido ao homem raciocinar, para melhor saber aplicar as leis éticas ou morais: - aplicar a ética através da sabedoria, da experiência e não a ética deontológica que, implica cumprimento do dever.
Por seu lado, a Estética é o ramo da filosofia referente ao bom e ao belo, assim como ao sentimento que a beleza provoca em nós.
Pergunto-me: Até que ponto a estética não assume, ou pode assumir, um papel ético na vida do cidadão?... Ou a ética, não pode ser vista como um bem estético?!..
Eu penso que, o uso da ética, a prática do bem, pode exercer uma função estética. Não uma estética artística, mas uma estética de beleza. Pois, só o que é construído com objectivo de arte, pode ser considerado artístico.
Continua.
Ética Artística II..
Continuação do texto anterior
Continuação do texto anterior
Segundo Aristóteles, a filosofia tem duas funções básicas: a teórica, ( trata da possibilidade de conhecer os elementos) e a prática (que se refere aos conteúdos e objectivos do conhecimento).
Definir o papel papel ético e estético ético é entrar num mundo filosófico, no qual mergulhamos, e por mais que nos debrucemos sobre oassunto, há sempre algo que nos ultrapassa. Nunca teremos a ética certa no tempo cero. Sendo por isso necessário criar a cada momento. para cada estado, para cada ser, uma nova ética e aplicá-la, mediante o resultado do estudo feito na hora certa, à pesoa certa. Ou seja: em casos conflituosos, devemos usar a teoria da Sabedoria Prática
Há várias visões, vários conceitos éticos. O que eu entendo como ética, visto à luz da ciência, pode não o ser. Sendo por isso necessário o uso de uma terminologia, uma norma comparativa, para que possamos dar o verdadeiro nome, ou, o verdadeiro sentido aos actos em questão.
O papel da ética é tentar compreender o comportamento do ser humano. Como este actua na vida? Porque deve actuar assim e não de outra forma? O que é o bem e o que é o mal? O que é justo e injusto? E, segundo os filosóficos, aplicar a ética em contexto; ou melhor: fazer valer e respeitar os valores morais e éticos.
Continua
Ética Artística!
Ética Artística!
O texto que se segue, tem como objectivo desvendar um pouco o significado da palavra, “Ética” e, procurar entender, até que ponto, a mesma pode ou não assumir o termo “Moral”, e até mesmo “Estético”: claro, no meu entender...
Será que, toda e qualquer Arte não representa uma finalidade ética e estética própria? E, seguindo as suas finalidades próprias (estéticas), não desempenham também uma função ética, no papel da estética, função fundamental, no que se liga principalmente aos valores da liberdade?
A Declaração Universal dos Direitos do Homem, promulgada em Paris, a 10 de Dezembro de 1948, pretende garantir a todas as pessoas os direitos que se consideram mínimos para o progresso individual e colectivo da sociedade. Mas estes direitos são, por vezes, deveres que todas as pessoas devem cumprir, porque todos os seres humanos são chamados a agir de boa vontade, fazendo e procurando o bem comum. Por isso, «todo o ser humano tem o direito a ser tratado justamente, mas também o dever de ser justo».
De forma global, a dimensão ética é imprescindível, porque o ser humano rege-se por critérios que lhe servem de orientação, dando coerência e pleno sentido a tudo o que faz. Mas, até que ponto, não se cruzam e se confundem estes conceitos (éticos estéticos e morais) ?! O que é a ética? O que é a moral? O que é a estética?
Para falar de Ética, penso ser necessário entender o sentido da palavra e, sua origem. Esta deriva da filosofia e surge após a divisão que Aristóteles faz do pensamento filosófico.
Continua...
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Solidão!
Solidão!
O tempo falar-te-á de mim!
Desejarás ouvir minha voz! Mas, só o vento tempestuoso escutarás. Somente o mar revolto te responderá...
Desejarás sentir o brilho do meu olhar! Contudo, só os relâmpagos da noite iluminarão a tua vida!
As mãos que te afagavam com ternura, jamais as sentirás percorrendo teu corpo desnudo... Meus dedos deslizando, rasgando tua pele fervente de anseios!
As noites gélidas, em que nossos corpos se fundiam, como o ferro no fogo, e aqueciam nossas veias ferventes, de loucura...! Essas noites continuarão áridas, agrestes, desérticas.
Os lábios que mordiam a saudade, e devoravam o prazer partilhado lado-a-lado! Esses, apenas ecoam gestos infindos de desilusão...!!!
É assim! É assim que te recordo em meu leito, em meu coração...
Solidão... !Solidão...!
O valor da metáfora.
O valor da metáfora.
A metáfora é uma flor, cristalina, aveludada, as pétalas são as letras, cada uma com o seu significado.
O ser humano é um artista, um inventor. Como a pintura, a música, a escultura e outras, também a literatura pode-nos transportar a um mundo fictício, a um mundo de ilusões. A pintura, a música transportam-nos a um mundo de sons coloridos. Com as letras, uma a uma, constróem - se palavras. Com as palavras constróem - se frases, com as frases constróem - se castelos de sentimentos, percepções, ilusões. Emoções, sonhos e fantasias: Pesadelos, ou sorrisos de alegrias. Só é preciso saber desfolhar as palavras, pétala a pétala e colocá-las no sítio certo, no lugar adequado, para que, com as mesmas, possamos dar-lhe o sentido desejado. As palavras são como as flores colocadas numa jarra. Quando nos saturamos de olhar a paisagem florida por nossas mãos, é só rodar. Com as mesmas flores obtemos uma nova visão, uma nova paisagem. Atrevo-me a dizer que a literatura é uma arte privilegiada. Com a mesma construímos a música, a pintura, a escultura, etc. Enquanto o som musical tem de ser alterado para que a música varie, enquanto que, o colorido de uma pintura é sempre o mesmo colorido, embora o possamos imaginar de forma diferente, a literatura não. Esta permite-nos elaborar o mais belo dos temas, usando apenas o seu instrumento; as letras, as palavras.
Assim é a metáfora. Esta permite, implica uma alteração das comparações das palavras. No discurso, ela tem o poder de persuadir, influenciar, atacar, dizer as verdades de forma mais dócil.
A metáfora não existe em si mesma, mas sim, numa e por uma interpretação que implica a destruição da interpretação literal. A metáfora implica ainda uma relação de semelhança entre coisas distintas, fazendo brotar desta comparação um sentido novo.
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Fala-me...
Vem-me dizer o que esperas
das palavras que flutuam com o vento
Rosas brancas, em teus dedos desfolhadas
Na madrugada, do dilúvio, do tormento...
Espero por ti na tempestade.....!!!
Na hora em que dormita a saudade
No desejo, mais secreto, enternecido...
Se.......
No silêncio do degredo me amares...
Bem baixinho o teu nome gritarei!
E, com ternura, eu te chamarei... querido!
Função Poética
A mensagem literária acentua a chamada «função poética», na qual os recursos expressivos pretendem conferir um maior significado e uma forma artística à mensagem: «o que importa não é tanto o que se diz, mas a forma como se diz»
A maior parte dos textos líricos foram escritos segundo as técnicas expressivas da poesia (verso, métrica, rima), daí se designar como termo “lírico” à noção de poesia
Por isso, o texto lírico é um dos géneros que mais recorre às figuras de estilo. Sendo estas uma linguagem literária e, não caprichos do autor. As figuras de estilo são instrumentos, ferramentas da língua. Com os recursos estilísticos podemos enriquecer o nosso vocabulário, a nossa expressão escrita, tornando-a mais pessoal e original. Podemos criar imagens literárias de grande beleza, e entrar no mundo fascinante da poesia: num mundo fictício, onde poucos entram e menos o conhecem. Só alguém com uma grande sensibilidade entende o poder da palavra, e sabe que, a mesma pode ser traiçoeira, levando-nos por vezes a experimentar sensações proibidas, ou não existentes. Deixando-nos no abismo, ou transportando-nos a um mundo de sonhos e miragens: transportando-nos ao irreal, ao infinito, ao transcendente. Transportando-nos a um mundo imaginário, ao mundo que desejamos alcançar e no qual queremos viver: “o belo”. Mas, o belo, pode não ser sinónimo de felicidade, de paz, de harmonia. Pelo contrário, pode ser discórdia, desordem, mau estar.
Continua: é o texto que está a amarelo
terça-feira, 12 de agosto de 2008
Onde o espaço se enfeita
O cheiro a maresia... no olhar!
Libelihas voando desajeitadas...
Nas ondas das giestas, por ceifar.
E lá! Onde o espaço se enfeita
Restam os suspiros acordar
Nessa madrugada me reflexos...
Onde os soluços se escondem; p`ra chora...!
Os textos escritos, para além de nos proporcionarem identificar uma situação referencial que descrevem, «podem criar novos mundos servindo-se da dimensão metafórica e simbólica da linguagem»
Ricoeur compara a metáfora e o símbolo, e interroga-se se, o excesso da metáfora é um excesso de sentido, ou faz parte da significação da obra, ou ainda se a mesma é aí colocada pelo leitor enquanto sujeito emotivo, acabando por concordar com as duas teorias. «A teoria da metáfora leva-nos à teoria do símbolo, e o símbolo conduz-nos à teoria da significação»
A metáfora constitui o paradigma da obra literária enquanto possuidor de um duplo sentido. O implícito e o explícito. Em confronto com o que pensam os positivistas, Ricoeur procura provar que ambos os sentidos da metáfora se inscreve no domínio da semântica
Sinto!
Sinto!
Vem e não sei como...dói-me e não sei porquê
Esta lembrança que cresce em mim
Como o rio que nasce, triste e risonho...
Tão completo de quimeras perdidas!
Busco o amor no engenho da vida
Para que não tirem de mim, o que não tenho...
Busco no amanhã esperanças perdidas
Olho o céu, e pergunto. – de onde venho?!...
Amélia Fernandes, In, Ser Eu e Sonhar. P., 21 (2004)
Carícia de Fogo!!!
Carícia de Fogo
Como se a trombeta marcasse o desespero
E o destino traçasse o imprevisto, o invencível
Dos desejos resgatados...
Na ternura dos abraços que me deste,
E os beijos que adormecem nos meus lábios.
Deslizam, docemente, meus soluços...!
Obsessão, destruidora, no olhar...
Na memória da saudade... o excesso
Na madrugada em que regressam
Numa carícia de fogo...
Queimando de tanto amar...!
MEDO
Quando moça, da vida sentia medo...
Sou mulher... da vida eu medo tenho.
E na vida me embriago
Para esquecer de onde venho...!
A Metamorfose da Palavra
A Metamorfose da Palavra!
A palavra literatura deriva etimologicamente de letra. A relação entre estes dois termos faz-nos pensar que a literatura necessita da escrita para que a consideremos como tal.
Embora nenhuma cultura primitiva conhecida soubesse o que era a escrita, todas elas possuíam um rico acervo de lendas e canções. A literatura nasceu com o Homo sapiens, com a necessidade que o ser humano tem de conservar a sua história (o que deu lugar ás epopeias e às lendas) e de controlar a natureza (dando lugar a mitos e às religiões)..
Até ao aparecimento da escrita, no III milénio a C., a transmissão de conhecimentos, orações, lendas, e canções era feita oralmente. Com a escrita transformou-se, tornou-se mais estável e deu lugar à figura do autor, que na literatura oral era sempre anónimo.
Neste contexto, a literatura tem a capacidade assombrosa de pertencer ao seu próprio tempo e, simultaneamente, a qualquer tempo possível. Esta condição deve presidir a qualquer estudo da mesma. Com efeito, devemos beneficiar dessa característica para fazer da literatura uma disciplina que, através do passado, nos aproxime do presente. «A facilidade com que uma obra pode oferecer diferentes interpretações faz com que obtenhamos leituras diferentes, consoante a pessoa, a época ou o modo como ela é abordada»
Em contrapartida, é imprescindível saber aproximarmo-nos dela, aprender a procurá-la e a obtê-la. E, sobretudo, aprender a assimilá-la. Saber, mas, melhor ainda, saber como.
A literatura é hoje o melhor embaixador, para a melhor das mensagens: ler gera capacidades expressivas, mas é também, uma fonte de cultura, conhecimentos, humanidade e maturidade. Não é em vão que esta é uma “Arte” privilegiada, pois é a única em que o seu próprio instrumento, “a palavra”, é ao mesmo tempo o objecto da sua adoração.
O desejo em expressar os sentimentos e o modo de pensar, de forma diferente do que faz no dia a dia, levou o homem a usar a linguagem literária como ponte de união entre o” ser e o sentir”. Com a descoberta da escrita e, mais tarde com a difusão da imprensa, as mensagens tornaram-se mais extensas chegando a um maior número de público.
Com o tempo, a arte literária foi reunindo formas particulares de expressão, não se limitando a recolher essas formas, mas sim, classificou-as e analisou as suas estruturas, os temas e as formas. Estabelecendo-se assim a distinção entre a literatura e outros géneros de expressão escrita, como os textos científicos, os jurídicos ou o jornalismo.
Amélia Fernandes:
Execerto de um trabalho académico
Boas Férias!!!
O endereço que se segue, tem por finalidade, facultar algum conhecimento da autora do blog, aos seus visitantes, nomeadamente, a um ente muito querido, a quem desejo umas óptimas férias, e, um regresso muito rápido!
Beijo desta amiga e confidente...
Segue também o meu e-mail... falamos disso, lembra-se?
Beijinho.
http://eacfacfil.googlepages.com/homenagem_poetisarosa
O CANTO DO ROUXINOL!
O CANTO DO ROUXINOL!
Se o canto do rouxinol ocultasse
O silêncio da certeza
Acordasse os sentimentos de
Nobreza
E esculpisse a beleza do amor...
Pouca gente haveria, com certeza
Que sentisse em seu abrigo
A melodia de uma ave a cantar
Ou o puro, néctar, de uma flor...!
Amélia F. In. Poemas de Amor e Sal, p. 25 81997)
Morrer por Amar!
Morrer por Amar!
Eu quero amar! Amar amando...
Perdidamente, sempre amar, se for preciso
Nuvens densas, desaguam em meu pranto
E nelas, eu busco, o paraíso.
Eu quero amar, sentir no peito
O desespero da paixão que me domina
Adormecer toda a hora em teu leito
Ser embalada, pela voz da andorinha!
Eu quero amar! Sangrar por dentro...
Destruir este calvário que invento
Morrer por ti, torturada de prazer...
Se um dia, hei-de ser cinza espalhada
Aos ventos cantarei minha alvorada
Eu quero amar... amar...! amar até morrer!
Amélia Fernandes,In. Sol e Miragem, p, 22 (2000)
terça-feira, 5 de agosto de 2008
O MUNDO!
O MUNDO!
O mundo era nosso, e o céu
Cobria a nudez do nosso amor
Enquanto, enlouquecidos, tu e eu...
Sugávamos as entranhas das flores.
O luar estendido a meus pés...
Giestas, perfumadas, coloridas.
Naufragava, em teus braços de marés...
Minha alma, o meu corpo, minha vida!
E tu...! E eu...! Nossos beijos...!
Amordaçados na paixão de bem querer
Enfeitavam o voar das andorinhas.
Aquecidos, docemente, os desejos...
Depositados, em meu corpo, em meu ser,
Na madrugada, das estrelas, que eram minhas...
Amélia F.
quinta-feira, 3 de julho de 2008
PARA TI!!!
Para Ti...!
Entre o céu e aterra
Existe um espaço envolvente
De flores, frutos, quimeras...
Embelezando a vida da gente
Essas flores, vou colhendo em meus dias...
São pétalas de rosas desfolhadas...!
Com as quais acarinho a vida
Quando te sinto...calada!
Um rosário de Avé- Marias
Tecido a verde mar
Repleto de estrelas
Que te vão acarinhar
Os lamentos que trocamos
Na ânsia da incerteza
São pérolas que abraçamos
Com ternura, e firmeza
Cientes da caminhada
Que Deus para nós traçou
Do sofrimento e da mágoa
Uma flor desabrochou
Foste tu, meu grande amor...!
Que sem querer encontrei
Despi-te dos teus espinhos
E comigo os guardei
Agora somos um só
Tua presença, supera a minha
Dois seres que se completam
Como o voo da andorinha
Gestos de sonhos e de sorrisos
Vibra em cada pauta o teu olhar
Sinto que sentes o Sublime
Na melodia composta ao luar
Para ti... Grande Amor!!!!
Este quadro pintado
Com a cor do meu sentir
A melodia de tua voz
Que não canso de ouvir!
Amélia Fernandes
quarta-feira, 2 de julho de 2008
O AMIGO!!!
O Amigo!!!
O amigo é aquele que dá
Sem esperar receber.
O amigo é aquele que ajuda
O outro a viver...
O amigo!
O amigo é aquele que grita!
Que estende a mão
Para nos socorrer
Um Amigo...
É tudo o que a vida
Nos pode oferecer...!
No entanto,
Nem a todos é permitido
Encontrar
Esse Verdadeiro Amigo
Afinal, onde está a amizade?
Qual o preço desse
Nobre sentimento?
Será que também se compra?!...
Com dinheiro...
In ondas de palavras (1985)
terça-feira, 24 de junho de 2008
Restos!
Os dias são loiro trigo
Desfolhado em minhas mãos.
As horas são o castigo...
São restos de amor...
... e pão...
Amélia F.
Por Amar-te!
Por Amar-te
Por amar-te, rastejei,
Mordi a dor
Amanheci, no silêncio a teu lado
Minha boca...uma fonte de dissabores
Quando nela, tua sede, saciavas
Por Amar-te!
Eu caminhei na incerteza
Busquei a nuvem
Em teu olhar acinzentado
Aguardei o luar, à tua mesa...
Desejei flores brancas de pureza
Cobrindo a nudez...
Do meu corpo, rejeitado
Por amar-te!
Despi a alma adormecida
A sombra do medo sustentei
Nesta pele, que por ti
Humedecida...
O eco invisível da paixão
Para sempre
Ao teu lado; o sufoquei!!!
Amélia Fernandes.
Música!!!
Música!
Do outro lado
existem suspiros
Crescem
embriagados
de suor...
Violinos,
Harpas,
Sinfonia...
Na praça... apregoa-se
O Amor!
Gemem as vítimas
sem razão
os sinos
a rebate
vão tocar
Se faminta
eu recebo o perdão
No orvalho
das papoilas
a cantar...!
Amélia Fernandes
domingo, 22 de junho de 2008
CARÍCIA DE FOGO!
Como se a trombeta,
marcasse o desespero
e o destino traçasse
o Imprevisto
o Invencível,
dos desejos resgatados
na ternura
dos abraços que me deste,
e os beijos
que adormecem
nos meus lábios.
Escorregam, peganhentos...
meus soluços
obsessão, destruidora,
no olhar
na memória da saudade:
- o excesso
na madrugada
em que regressam,
numa carícia de fogo,
queimando...!
de tanto Amar!!!
Amélia Fernandes
Poemas de Amor e Sal!
Se pudesse, dava-te a vida...
minha seara!
Nos meus seios, ao luar,
tu beberias....
Na sombra, do amor,
salgado e terno,
No calor, do orvalho,
leve... e frio....!
Se pudesse, ofertava-te
meu poema...
A razão da existência
deste chão...
Reflectido na presença
mais profunda
Que defronta o declive...
da razão!
Seriam, de Amor e Sal
à mistura....
Nossos beijos
tão fervenstes de saudade!
Beberias no Outono
a amargura!
E buscarias
em meu corpo...
A Eternidadeeeee!!!!!!!!
Amélia Fernandes
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Sou Agreste!
Sou filha do vento, e do luar
Sou agreste, selvagem, indomável
Sou livre, para que possa amar
Amar a ti! Amar o tempo! A mocidade
Sou filha das giestas que tu pisas
Sou gaivota mergulhando em alto mar
Sou mulher, em busca do paraíso
Sou Mulher, de Alma Grande, para Amar!
Sou alguém que vive e sonha a mudança
Correr no tempo, voltar atrás, e ser criança
E, nos teus braços, me sentir bem segura...
Sou a paisagem, onde teu corpo se deita
Ágia fresca, que tua sede deleita
Sou o sorriso, a inicência, bela, e pura!!!
Tenho ânsia de Lutar!!!
No mais puro do meu íntimo
Há uma ânsia de lutar
Uma busca ...
Por algo, sublime
Algo, que não sei o que é...
Mas, que, grata...
Eu pretendo...
E desejo-me entregar...!!!
Amélia Fernandes
In; O Canto do Vento, p. 73 (1991)
Queria!!!
Ah! Como eu queria ter-te em meus braços
Envolver-te com carinhos sensuai
No olhar de espranças perdidas
Flutuar novamente em minha vida
O céu azul, e o verde, dos pinhais
E, no mar da minhas lembranças!
Poder dizer-te:
- Vem-me amar...
Entre giestas
E matagais...!
Amélia Fernandes
quarta-feira, 18 de junho de 2008
CHORAI POETAS!
Dizei-me que força é esta que me arrasta
Que me leva ao caminho da ilusão
Nódoa de sangue em mim se alastra
Palpita de dor o meu coração
E neste fogo que arde e me consome
Corrompe anudez da minha saudade
Semeio e colho, mas vivo com fome
Nuscando horizontes, de paz e verdade!
Mas se a corrente me leva ao fim
Chorai poetas, chorai por mim!
Sou uma perdida, no sopro de um grito...
Subo a montanha e tento alcançar
Entre meus braços quero abaraçar
E prender a mim todo o infinito!!!
Amélia Fernandes.
in, sol e miragem, p. 39, (2000)
Saudade!!!
És a saudade ausemte
És a dor, és a paixão
És aluz, és a serpente
Que devora o coração
terça-feira, 17 de junho de 2008
Meus Sonhos!
Vejo-te em meus sonhos e... flutuo!
Nas asas dos meus pensamentos agitada
Respiro a dor de te não ter!
E, no intimo do meu ser
Embarco ilusões perdidas
Feitas em pétalas de vento....
E alma quebraaaaaaaaaaaadaaaa!!!!
Amélia F.
In; Ser Eu e Sonhar; (2003)
O SORRISO PARIDO!
Brado aos céus que escutem minha voz!
Peço ao mar que cante levemente!
Rasgo a montanha ferida de dor!
e vejo o sorriso, parido d`um ventre...
É a cotovia na noite escura
rezando baixinho para não chorar
Enchendo o peito de tanta amargura
A gaivota mergulha no fundo do mar.
São águas salgadas, marcantes na praia!
Ondas de espuma, dançamdo desmaiam
Qual a descoberta feita em miragem
Risco horizontes, perdidos e vou!
Caminho deserta; já nem sei quem sou
Sou apenas no mundo, a tua mensagem...!
Amélia Fernandes
in; Sol e Miragem, p. 47, (2000)
EXPRESSÃO!
A maneira de sentir e de viver
Dizem muito do que és ou podes ser
Se souberes exprimir os sentimentos
Não lamentes a mentira, a opressão...
Sê fiel ao que diz o coração
Descobrirás, todos os meus pensamentos...!
Amélia Fernandes ;
in "O Canto do Vento", p. 79 81991)
O TEMPO!!!
O Tempo!!!
E antes que se faça tarde
E a tarde deixe de ser tarde
Para ser somente um momento
Onde a tarde da tarde
Dessa tarde
Já não tem a tarde
Do dia que a pintei
Em meu pensamento
Porque ontem há tarde
Deixou de ser tarde
E amanheceu
Um saudoso lamento
Mas quando vier a manhã
Dessa tarde
No dia de amanhã
Onde não há eternidade
A manhã que cresce
Na manhã que nasce
No dia dessa manhã...
E... quando a noite chegar
As estrelas falarem
Na noite que brilha e sorrir
Na noite de lua ao luar
Quando a noite de lua
Aparecer na lua da noite
Da noite por descobrir...
O tempo que se abraça
E no tempo que não tem tempo
No tempo que não existe
É tempo do tempo em brasa
Do sol da madrugada
Do tempo que não acaba,
Mas que termina e persiste
Em mostrar que o tempo existe
E como tal
Orienta-se pelo espaço
Onde há luz e escuridão
Cerca o deserto,
Um mar desperto na aridez
Terra seca como palha
Sem respostas aos porquês
Tragado, desconfiado
Como tâmaras sequiosas
Redondas de beijos
Rosadas em olhares de rosas
Maldade, ávida em bocas
Silenciadas
Com chaves de ouro fino
Tesouros a cultivar
Em desejos de pérolas
Douradas
Para que vejas, desejes
Desvendar o ouro
As penas do meu penar
Amélia Fernandes
Silencioso é o luar
Vens, sorrateiramente, rastejando
no orvalho de papoilas a cantar
sussurrando baixinho
alma densa de condura
pétalas em meu ventre
para te acarinhar...
giestas cobrem meu leito
o orvalho canta madrugadas
clandestinas
dispo meu corpo ao relento...!
evaporam-se os sentidos
e quando faço amor contigo
há música há sinos a tocar
Harpas e Violinos...!
dedos que deslizam com suavidade
que buscam em meu ser a saudade
de te sentir peregrino
dentro do meu caminhar